O Brasil está passando pela pior seca já registrada desde o início dos monitoramentos, em 1950. De acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a estiagem de 2024 já supera as crises hídricas de 1998 e 2015/2016, afetando cerca de 58% do território brasileiro.
A gravidade da situação é medida pelo SPEI (Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração), um indicador que avalia tanto a precipitação quanto a evaporação da água do solo e das plantas. O índice, que varia de “0” a “-1” para secas moderadas e mais intensas abaixo de “-1”, atingiu um valor de -1,94 em março deste ano, o mais baixo já registrado na série histórica.
Impactos no território e municípios afetados
Embora o boletim de agosto tenha mostrado uma leve redução no número de municípios em seca extrema, a situação continua grave. Estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso ainda sofrem com secas severas, afetando diretamente cerca de 200 municípios.
O cenário é ainda mais crítico em locais como Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, onde a seca extrema já dura 12 meses. Municípios como Canápolis, em Minas Gerais, e Apiacás, no Mato Grosso, enfrentam essa condição há cerca de 10 meses.
Perspectivas e desafios
As previsões indicam que a seca pode continuar afetando amplas áreas do Brasil, exigindo medidas emergenciais e políticas de longo prazo para mitigar seus efeitos. Regiões do Mato Grosso, Acre e oeste do Amazonas apresentam piora nas condições hídricas, colocando em risco o abastecimento de água, a produção agrícola e a biodiversidade local.
A resposta à crise hídrica envolverá uma combinação de ações imediatas e estratégicas para preservar os recursos hídricos, além de políticas públicas voltadas à gestão sustentável das áreas mais afetadas.
