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Os contratos futuros do café arábica alcançaram nesta terça-feira (24) o maior valor em 13 anos, impulsionados pelas preocupações contínuas com a safra do Brasil, principal produtor mundial da commodity. A falta de chuvas suficientes nas próximas semanas é o principal motivo de preocupação para o mercado, o que elevou os preços. Já o açúcar bruto também registrou alta significativa, atingindo sua máxima em sete meses.
Café Arábica em Alta
O contrato de dezembro do café arábica subiu 4,15 centavos de dólar, ou 1,6%, fechando a 2,678 dólares por libra-peso, com pico de 2,7040 dólares – o valor mais alto desde setembro de 2011. Apesar de algumas chuvas no último fim de semana em regiões produtoras de café no Brasil, ainda há incertezas sobre a continuidade das precipitações, necessárias para fixar as flores e garantir uma boa safra.
Um negociante explicou que, embora as chuvas iniciais possam ter estimulado a primeira florada, “é aí que as coisas ficam complicadas”, uma vez que as previsões indicam um clima mais seco nos próximos 11 a 15 dias. Esses fatores alimentam temores sobre o impacto climático nas lavouras brasileiras, pressionando os preços para cima.
No entanto, o avanço dos preços do café foi limitado por especulações de que o Regulamento de Desmatamento da União Europeia, que proíbe a importação de commodities ligadas ao desmatamento, pode ser adiado. Esse regulamento, previsto para entrar em vigor no final de dezembro, tem impulsionado as importações de café para a Europa ao longo de 2024.
O café robusta também teve um aumento significativo, com o contrato de novembro subindo 0,7%, para 5.312 dólares por tonelada métrica.
Açúcar Bruto em Máxima de Sete Meses
O açúcar bruto também mostrou força no mercado, fechando em alta de 0,57 centavo, ou 2,5%, a 23,12 centavos de dólar por libra-peso. O produto atingiu uma máxima de sete meses, a 23,30 centavos, com o mercado ainda reagindo às revisões negativas nas projeções de produção no Brasil devido à seca e aos incêndios que têm afetado diversas regiões produtoras.
Uma pesquisa da S&P Global Commodity Insights prevê que a produção de açúcar no centro-sul do Brasil tenha caído 1,3% na primeira quinzena de setembro em comparação com o mesmo período do ano passado. A associação industrial Unica deve divulgar os dados oficiais em breve, e a expectativa é de que a queda na produção continue impactando o mercado.
O açúcar branco de dezembro também registrou alta, subindo 1,9%, para 595,40 dólares por tonelada.
Impactos para o Mercado Global
O aumento nos preços do café e do açúcar reflete a fragilidade das condições climáticas no Brasil, principal fornecedor global dessas commodities. As oscilações nos preços desses produtos podem ter impactos diretos nos custos de produção e nas exportações brasileiras, além de influenciar o mercado global de alimentos. A combinação de fatores climáticos, regulatórios e de demanda crescente coloca esses mercados sob vigilância atenta dos investidores.