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A falta de profissionais qualificados desponta como a maior preocupação dos CEOs do varejo para 2025, de acordo com a 28ª Global CEO Survey, pesquisa anual da PwC que ouviu mais de 4,7 mil líderes empresariais em 100 países, incluindo o Brasil. O levantamento mostra que 41% dos CEOs do setor de consumo no país identificam a escassez de mão de obra qualificada como um dos principais riscos financeiros para os próximos anos — percentual superior à média nacional de todos os setores, que é de 30%.
Otimismo moderado com a economia
Apesar dos desafios, 62% dos CEOs do varejo no Brasil esperam uma aceleração econômica em 2025, enquanto a média nacional é de 73%. No cenário global, 59% acreditam em uma recuperação econômica, um número abaixo dos 68% da média brasileira, mas próximo da média mundial de 58%.
No entanto, 33% dos líderes do setor de consumo não acreditam na viabilidade de seus negócios nos próximos 10 anos, caso as empresas mantenham os rumos atuais.
Segurança cibernética e Inteligência Artificial em destaque
Além da falta de profissionais qualificados, a segurança cibernética é a segunda maior preocupação dos CEOs do setor, sendo citada por 31% deles.
A pesquisa também revela um forte movimento de digitalização no varejo, com 82% dos líderes apostando no uso da Inteligência Artificial para aprimorar suas estratégias de força de trabalho e desenvolvimento de competências.
A IA já mostra impactos significativos no setor:
- 63% dos CEOs do varejo no Brasil acreditam que a IA generativa trouxe ganhos de eficiência no tempo dos funcionários (média nacional: 52%);
- 41% relataram aumento de receita com IA (média nacional: 34%);
- 34% afirmam que a tecnologia gerou mais lucratividade (média nacional: 31%).
Mesmo que os resultados ainda estejam abaixo das expectativas iniciais, 57% dos CEOs do varejo e 61% dos líderes brasileiros esperam que a IA generativa impulsione a lucratividade de suas empresas nos próximos 12 meses.
Aumento da concorrência e novas oportunidades
O levantamento também mostra que 33% dos CEOs do setor de consumo perceberam um aumento da concorrência, com novos players entrando no mercado nos últimos cinco anos. A média geral brasileira, no entanto, é maior, chegando a 45%.
A necessidade de diversificação tem levado varejistas a explorarem novos serviços, como soluções financeiras, carteiras digitais e crédito ao consumidor.
Segundo Luciana Medeiros, sócia e líder da indústria de consumo e varejo da PwC Brasil, o setor é mais vulnerável à entrada de novos concorrentes, pois empresas de outros segmentos podem facilmente integrar serviços de consumo aos seus portfólios.
Sustentabilidade e investimentos climáticos
A pesquisa também apontou que 51% dos CEOs do varejo no Brasil afirmam que investimentos em sustentabilidade resultaram na redução de custos ou tiveram impacto financeiro irrelevante. Esse percentual, no entanto, está abaixo da média nacional, que é de 69%, indicando que ainda há espaço para avanços na área.
Além disso, 62% dos CEOs do setor declararam que suas remunerações variáveis estão vinculadas a métricas de sustentabilidade, reforçando o crescimento dessa tendência no mercado.