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O CEO da Cloudflare, Matthew Prince, desmentiu, nesta segunda-feira (23.set.2024), as alegações da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) sobre o envolvimento da empresa no bloqueio ou restabelecimento temporário da rede social X no Brasil. Segundo Prince, a Cloudflare não auxiliou a rede social a voltar a funcionar, nem colaborou com as autoridades brasileiras para impedir o seu acesso.
No último dia 19 de setembro, a Anatel havia afirmado que recebeu “apoio ativo das prestadoras de telecomunicações e da empresa Cloudflare” para realizar o bloqueio do X novamente, após o serviço ter sido restabelecido brevemente. No entanto, em entrevista à Bloomberg, o CEO da Cloudflare esclareceu que a empresa não teve qualquer participação direta nesse processo.
Mudança de Servidor e Novo Bloqueio
Prince explicou que o X realizou uma troca de servidores, fechando um novo acordo com a Cloudflare, o que permitiu o breve retorno da rede social no Brasil na quarta-feira (18.set.2024). Porém, o acesso foi novamente bloqueado pela Anatel, que conseguiu localizar e bloquear o novo endereço da rede social.
“Não houve nada que o X nos pediu para fazer em termos de eliminar a capacidade do Brasil de bloquear o conteúdo dentro do país. E não houve nada que fizemos para facilitar a capacidade do Brasil de impedir o acesso”, disse Matthew Prince à Bloomberg, negando que a Cloudflare tenha desempenhado um papel significativo na situação.
A Situação do X no Brasil
O X, anteriormente conhecido como Twitter, está suspenso no Brasil desde 30 de agosto de 2024, por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, com apoio da 1ª Turma do Supremo. A decisão judicial foi tomada devido ao descumprimento de ordens que incluíam o bloqueio de perfis específicos, o fornecimento de informações detalhadas sobre monetização e a ausência de um representante legal no país.
A empresa de Elon Musk está enfrentando uma série de desafios legais e operacionais para cumprir as exigências das autoridades brasileiras, a fim de regularizar sua operação no Brasil.
A Cloudflare, por sua vez, deixou claro que, embora tenha um contrato com o X, não atuou diretamente para influenciar o acesso à rede social em território brasileiro, contradizendo a versão apresentada pela Anatel sobre o envolvimento da empresa no bloqueio.