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As vendas do polo da moda de Divinópolis, referência na indústria do vestuário em Minas Gerais, caíram até 30% em relação ao ano passado. O setor enfrenta dois grandes desafios: a concorrência com produtos importados da China e a ausência de temperaturas típicas no inverno, que prejudicaram o comércio de roupas de frio, responsáveis por 60% do faturamento do polo.
Impactos climáticos e econômicos
A falta de um inverno rigoroso nos últimos dois anos resultou em estoques acumulados nas lojas, reduzindo a demanda por novas peças. Além disso, embora a taxação de 20% sobre itens importados pela internet tenha diminuído a competitividade dos produtos chineses, as grandes redes de varejo continuam a importar em massa. Segundo Mauro Célio de Melo Júnior, presidente do Sinvesd, essas práticas colocam as indústrias locais em desvantagem, mesmo com o dólar alto.
Propostas para o setor
Melo Júnior sugere a implementação de um preço mínimo para produtos importados, semelhante ao modelo europeu, como forma de equilibrar o mercado. Ele já discutiu a ideia com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Previsões pessimistas para 2025
A perspectiva para o primeiro semestre de 2025 é sombria, com estimativa de queda de 10% a 15% nas vendas. Com estoques ainda elevados, as lojas devem priorizar a venda de produtos parados. O polo, que há 10 anos empregava cerca de 40 mil pessoas, agora conta com apenas 15 a 20 mil postos de trabalho, reflexo do fechamento de várias empresas.
A crise no polo de Divinópolis evidencia os desafios da indústria nacional frente à globalização e às mudanças climáticas, exigindo soluções rápidas para evitar mais perdas econômicas e sociais.