Enterrar Fiação em São Paulo: Solução Contra Apagões Pode Custar R$ 20 Bilhões Somente no Centro

O enterramento da fiação elétrica na região central de São Paulo é uma solução que reduziria a recorrência de apagões, principalmente causados por ventanias e quedas de árvores sobre os…
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O enterramento da fiação elétrica na região central de São Paulo é uma solução que reduziria a recorrência de apagões, principalmente causados por ventanias e quedas de árvores sobre os cabos. Segundo projeções da Prefeitura da capital, essa iniciativa teria um custo elevado, de aproximadamente R$ 20 bilhões apenas para o centro da cidade, e enfrentaria desafios significativos para avançar.

A maior parte dos problemas de distribuição de energia em São Paulo é resultado da interferência de galhos e árvores que danificam a fiação aérea, como ocorreu na última sexta-feira (11), durante um forte temporal. Embora o enterramento dos cabos fosse uma solução eficaz para evitar danos, o alto custo desse investimento seria, em grande parte, repassado para os consumidores na conta de luz, segundo Edvaldo Santana, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Santana explica que o governo federal, por meio da parceria público-privada com a concessionária Enel, seria responsável por esse investimento. No entanto, a questão tarifária torna a situação complexa, já que repassar integralmente os custos para a população não é uma opção viável. Recentemente, um decreto do governo estabeleceu diretrizes para a renovação de concessões de distribuição de energia entre 2025 e 2031, mas o enterramento da fiação não foi contemplado nos novos contratos.

Além do custo, as redes subterrâneas de energia, embora aumentem a segurança, demandam maior tempo de manutenção. Na passagem do furacão Milton pela Flórida, por exemplo, foram justamente as áreas com redes aéreas que mais sofreram com a falta de energia, destacando a importância de infraestrutura subterrânea em situações de emergência.

São Paulo conta atualmente com cerca de 20 mil km de fios aéreos, mas apenas 0,3% dessa rede é subterrânea, segundo a Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecom Competitivas (TelComp). A área de concessão da Enel, por exemplo, viu 2,1 milhões de pessoas ficarem sem energia após a última tempestade, o que reforça a discussão sobre a viabilidade do enterramento da fiação na cidade.

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Lucas Sales

Fundador e Redator do InovaNews

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