A entrada da H&M no mercado brasileiro em 2025 promete agitar o varejo de moda, colocando-a em confronto direto com grandes nomes locais, como a Lojas Renner. A rede sueca de fast fashion, que já opera com sucesso em outros países da América do Sul, está se preparando para inaugurar suas primeiras lojas em São Paulo e no Rio de Janeiro, com previsão de expansão para todos os estados brasileiros até 2028.
A estratégia da H&M no Brasil inclui operar com preços competitivos, se distanciando da Zara, que possui um posicionamento mais premium no país. Além disso, a rede pretende vender produtos fabricados localmente, o que pode otimizar custos e aumentar a agilidade nas operações. Outro ponto de destaque é o investimento na integração omnichannel, o que permitirá aos consumidores uma experiência fluida entre lojas físicas e online, dentro de dois meses após as primeiras inaugurações.
Competição no Varejo de Moda
A chegada da H&M adiciona uma nova camada de complexidade ao cenário competitivo do varejo de moda no Brasil, que já está em transformação com a presença de outros players internacionais, como Shein e Shopee. A XP destaca que, embora não se espere uma “desestruturação” do mercado, como inicialmente temido com a chegada de novas marcas, a competitividade está se tornando estruturalmente mais difícil. Isso ocorre porque tanto as varejistas locais quanto as estrangeiras estão aprimorando suas operações.
A comparação de preços realizada pela XP, com base no e-commerce da H&M no Uruguai, sugere que a marca poderá competir diretamente com a Renner, com produtos que custam, em média, 20% menos. Isso coloca a Renner em uma posição desafiadora, já que a H&M deverá atrair o público brasileiro em busca de produtos acessíveis e modernos.
Estratégia Logística e Desafios
Outro ponto crucial para o sucesso da H&M no Brasil é sua cadeia de suprimentos. A marca aposta em uma logística ágil, com trocas frequentes de coleção, uma característica essencial no segmento fast fashion. No entanto, a experiência de outros players internacionais, como Amazon e Walmart, mostra que operar no Brasil pode ser desafiador. A complexidade regulatória, o sistema tributário e as dificuldades logísticas são barreiras significativas que a H&M terá que enfrentar.
Mesmo assim, o BTG Pactual acredita que a marca tem potencial para se consolidar no país. A experiência de empresas globais que recentemente começaram a ganhar espaço no mercado brasileiro, como Shein e Shopee, demonstra que, com as adaptações corretas, é possível prosperar.
Conclusão
A entrada da H&M no Brasil será um evento transformador para o setor de varejo de moda, forçando as marcas locais e internacionais a se adaptarem a um cenário cada vez mais competitivo. Com uma estratégia focada em preços acessíveis, produção local e logística eficiente, a H&M tem tudo para se tornar uma força relevante no mercado brasileiro. Contudo, ela precisará superar os desafios do ambiente regulatório e logístico local para garantir o sucesso a longo prazo.
