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A falta de mão de obra qualificada está se tornando um problema crescente em diversos setores do mercado brasileiro, e muitas empresas estão adotando estratégias para contornar essa escassez. Na construção civil, essa carência já atinge o maior nível dos últimos dez anos, segundo uma pesquisa da FGV. O desafio se reflete em outros setores, como a indústria e o comércio, que estão lutando para manter a produtividade enquanto enfrentam dificuldades para preencher posições com profissionais capacitados.
Para lidar com o problema, muitas empresas adotam medidas como rodízio de equipes, aumento salarial e investimento em treinamentos. A Kidy, uma fabricante de calçados, por exemplo, além de melhorar os planos de carreira, estabeleceu uma parceria com o Senai para capacitar aprendizes. A empresa produz 16 mil pares de calçados por dia e sentiu a necessidade de atrair e reter novos talentos, especialmente após a crise gerada pela pandemia.
Na Saint-Gobain, empresa do setor de construção, a estratégia tem sido focada no desenvolvimento contínuo de habilidades técnicas, oferecendo trilhas de capacitação e programas de mentoria para jovens talentos. O objetivo é garantir que a tecnologia e a inovação, embora crescentes no setor, sejam complementadas pela qualificação humana.
A indústria de máquinas e equipamentos também sofre com a concorrência por profissionais qualificados, especialmente em áreas ligadas à tecnologia. A Abimaq, associação que representa esse setor, relata que a indústria passou a competir com o setor financeiro e até mesmo com o comércio digital pela mesma mão de obra, especialmente com a crescente demanda por habilidades ligadas à Indústria 4.0.
Apesar dos desafios, a escassez de mão de obra qualificada também reflete um mercado aquecido, com a geração de centenas de milhares de vagas formais em 2024. Porém, a preocupação com o futuro se intensifica, já que a falta de profissionais capacitados pode se tornar um gargalo para o crescimento econômico nos próximos anos.