A fusão entre as companhias aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) está avançando e pode resultar na manutenção das bandeiras de cada empresa operando de maneira independente. Segundo informações divulgadas pela coluna Capital do jornal O Globo, a integração entre as empresas não eliminaria suas identidades, permitindo que as operações e culturas de ambas fossem preservadas, enquanto a Azul se juntaria à holding Abra, que já inclui a colombiana Avianca e a Gol.
Integração com a Abra
Nesse arranjo, a Azul passaria a fazer parte da Abra, ganhando um assento no conselho da holding. A manutenção das bandeiras independentes permitiria que ambas as companhias continuassem a operar com suas particularidades no mercado aéreo, enquanto a integração administrativa e financeira ocorreria na holding.
Previsão do Anúncio da Fusão
Embora o anúncio oficial da fusão seja esperado ainda para este ano, o processo completo, incluindo a aprovação regulatória pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), só deve ocorrer no próximo ano. A complexidade da operação e as análises necessárias indicam que as etapas regulatórias podem se estender por um período maior.
Situação Financeira da Gol e Azul
A situação financeira das companhias é um fator relevante nesse cenário. A Gol registrou um prejuízo líquido de R$ 544 milhões em agosto, aumento significativo em relação ao prejuízo de R$ 221 milhões em julho. Além disso, a empresa possui uma dívida líquida de R$ 28,4 bilhões e entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos no início deste ano.
Por outro lado, a Azul também enfrenta dificuldades financeiras, mas está em negociações avançadas com credores. Recentemente, a companhia firmou um acordo para converter parte de suas dívidas em participação acionária, o que pode facilitar sua fusão com a Gol.
Desafios e Expectativas
Apesar das negociações terem esfriado devido à renegociação de dívidas da Azul, as conversas foram retomadas e ganharam força. A expectativa agora é de que as empresas anunciem a fusão preliminarmente até o final de 2024. No entanto, fontes alertam que o cronograma pode ser impactado pelos desafios regulatórios e pela necessidade de aprovação do Cade.
Com o avanço das negociações, a fusão entre Gol e Azul promete transformar o cenário da aviação comercial no Brasil, consolidando as operações sob a holding Abra e criando uma gigante no setor, capaz de competir em nível internacional.
