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Uma pesquisa recente mostra que a Geração Z, conhecida por rejeitar o trabalho 100% presencial, deve ocupar 70% das vagas de trabalho até 2030. A transição geracional impõe novos desafios às empresas que ainda tentam retornar ao modelo tradicional de trabalho. Essa resistência ao presencial se tornou um tema crítico no mercado de trabalho atual, principalmente após a pandemia, que impulsionou o trabalho remoto e modelos híbridos.
A pesquisa Global Talent Trends 2024, conduzida pela Mercer, revela que as novas gerações, especialmente a Geração Z (nascidos após 2000), buscam equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Com esse perfil, elas estão mais inclinadas a optar por vagas que ofereçam flexibilidade, colocando em cheque os planos de empresas que insistem no retorno completo ao escritório. Além disso, a Geração Y (nascidos após 1980) já deve responder por 70% das vagas até 2025, fortalecendo ainda mais a demanda por novos formatos de trabalho.
O Novo Foco nas Pessoas e a Flexibilidade
A mudança no comportamento dos trabalhadores afeta diretamente a forma como as empresas devem se adaptar para atrair e reter talentos. Antes voltadas para resultados e produtividade acima de tudo, agora muitas corporações têm adotado uma abordagem mais focada no bem-estar de seus colaboradores. De acordo com Marisabel Ribeiro, diretora de estratégias de talentos da Mercer, empresas que investem em qualidade de vida e condições de trabalho flexíveis observam uma queda significativa no absenteísmo e na rotatividade.
Setores como startups e consultorias já adotaram esses modelos com maior facilidade, enquanto áreas como serviços financeiros e agronegócio demonstram mais resistência. No entanto, especialistas apontam que a pressão das novas gerações por mais flexibilidade é uma tendência irreversível, que afetará todos os setores nos próximos anos.
Os Desafios Geracionais e a Resistência ao Presencial
Líderes da Geração X, que atualmente ocupam muitos cargos de comando, têm dificuldades em se adaptar às expectativas da Geração Z. O fenômeno do “quiet quitting”, ou demissão silenciosa, é um reflexo dessa desconexão, onde funcionários desmotivados permanecem nas empresas sem se comprometerem com o trabalho. Essa falta de engajamento pode comprometer os resultados e dificultar a retenção de talentos.
Impacto nos Modelos de Trabalho e Adaptações Futuras
A pesquisa também revelou que 65% das empresas já adotaram o modelo híbrido, enquanto apenas 23% operam 100% presencialmente. Esse cenário demonstra que o trabalho flexível está se consolidando como o novo normal. O exemplo de Brian Niccol, CEO da Starbucks, que exigiu trabalhar remotamente de outro estado, reforça a tendência de que até cargos executivos podem ser ocupados de forma remota.
À medida que o mercado se adapta a essas mudanças, a flexibilidade se torna um diferencial competitivo. Se as empresas não forem capazes de se adequar, correm o risco de perder os talentos mais promissores para concorrentes que ofereçam um ambiente de trabalho mais alinhado com as demandas das novas gerações.