O Tribunal Federal do Distrito Leste da Virgínia, nos Estados Unidos, iniciou na última segunda-feira (9.set.2024) um julgamento que poderá redefinir o futuro da publicidade digital, envolvendo o Google em uma acusação de monopólio. A big tech é acusada de controlar de forma anticompetitiva as principais ferramentas de compra, venda e exibição de anúncios online, prejudicando concorrentes, anunciantes e consumidores. Este é o segundo julgamento antitruste que a gigante enfrenta apenas em 2024.
A ação foi movida pelo Departamento de Justiça dos EUA e uma coalizão bipartidária de 17 estados, e alega que o Google, por meio de seu Ad Manager, domina o mercado de tal forma que torna difícil a entrada de novos competidores. A promotoria argumenta que o Google consolidou sua posição ao adquirir concorrentes estratégicos e abusar de sua posição dominante, restringindo o livre mercado. O julgamento, que pode durar de 4 a 6 semanas, determinará se o Google deverá mudar suas práticas ou ser submetido a severas penalidades, incluindo multas substanciais ou até mesmo a separação de seu negócio de anúncios digitais em empresas independentes.
O serviço de publicidade digital representa a maior parte da receita do Google, com cerca de 75% dos US$ 307,4 bilhões de faturamento da Alphabet, empresa controladora do Google, em 2023. Caso o tribunal decida contra o Google, o impacto pode reverberar em todo o ecossistema de publicidade digital, que há anos se molda em torno das ferramentas da empresa.
A defesa do Google argumenta que o domínio da empresa é resultado da inovação e qualidade de seus produtos ao longo do tempo, e contesta que o mercado de anúncios digitais é competitivo, citando empresas como Amazon e Meta como fortes concorrentes.
