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A recente imposição de impostos sobre carros elétricos chineses na Europa já começa a mostrar seus efeitos. A partir de julho de 2024, as vendas de marcas como BYD e MG caíram drasticamente, com uma redução de 45% em comparação com o mês anterior, de acordo com a Automotive News e dados da Dataforce. Essa queda é atribuída tanto ao aumento dos preços decorrente dos novos impostos quanto à aceleração das entregas por parte das concessionárias, que tentaram evitar a incidência da nova tributação, vigente desde 5 de julho.
Impacto no mercado
A queda nas vendas dos carros chineses reflete a tendência mais ampla de diminuição no mercado de veículos elétricos, que registrou uma baixa de 36% em julho. Além das marcas chinesas, fabricantes ocidentais como BMW, Stellantis e Tesla, que produzem alguns modelos na China, também foram afetados pelos impostos europeus.
Mesmo com a queda expressiva, os fabricantes chineses mantêm uma trajetória de crescimento sólido na Europa. Desde 2019, marcas como BYD e MG têm conquistado uma fatia crescente do mercado europeu, alcançando 8,5% de participação em julho de 2024, um aumento de 0,9% em relação ao ano anterior. A BYD, por exemplo, triplicou suas vendas em comparação com julho de 2023, enquanto a MG experimentou uma queda de 20%.
Estratégia da BYD e resposta ao cenário europeu
Apesar da recente queda nas vendas, a BYD não parece recuar em suas ambições de expansão na Europa. A empresa patrocina os campeonatos europeus de futebol e está se preparando para abrir uma fábrica na Hungria, visando contornar os impostos que penalizam os veículos produzidos na China.
Impostos e disputas comerciais
Os impostos, introduzidos pela União Europeia a partir de 5 de julho, são resultado de uma investigação antidumping conduzida pela Comissão Europeia. A comissão concluiu que o governo chinês estaria subsidiando seus fabricantes de automóveis, o que permitiu que marcas como BYD oferecessem preços muito competitivos. Esses impostos podem se tornar permanentes a partir de novembro de 2024, a menos que acordos entre Bruxelas e Pequim revertam a situação.
A resposta da China foi rápida, com o governo chinês retaliando ao impor medidas comerciais que atingem produtos europeus além do setor automotivo. Além disso, a China entrou com uma queixa formal contra a União Europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC), escalando ainda mais a disputa entre as duas economias. Diversos fabricantes e associações europeias têm pressionado para que a União Europeia reconsidere os impostos, temendo um impacto prolongado no mercado de veículos elétricos.
Perspectivas futuras
A expectativa é de que a queda nas vendas continue em agosto, embora em menor intensidade. No entanto, as ambições de crescimento dos fabricantes chineses no mercado europeu permanecem fortes, com esforços para adaptar suas operações ao novo ambiente tributário.