A inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), alcançou 4,76% no acumulado dos 12 meses até outubro de 2024, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%. O índice está 0,26 ponto percentual acima do limite, sendo o centro da meta de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
No mês de outubro, o IPCA teve uma alta de 0,56%, acelerando em relação aos 0,44% registrados em setembro. Com isso, a inflação acumulada em 2024 já soma 3,88%. O resultado veio dentro das expectativas do mercado financeiro, que projetava uma taxa de 4,75% em 12 meses e 0,55% para outubro.
Principais responsáveis pela alta
O grupo de habitação foi um dos principais responsáveis pela aceleração da inflação em outubro, com uma variação de 1,49%. A conta de luz residencial, que teve um aumento de 4,74%, foi o destaque, impactada pela bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescentou R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
Outro grupo que contribuiu significativamente foi o de alimentação e bebidas, também com um impacto de 0,23 ponto percentual no índice, algo sensível ao governo, já que o aumento no preço dos alimentos pode afetar a popularidade do presidente Lula.
Redução nos transportes
Por outro lado, o grupo de transportes apresentou uma deflação de 0,38%, principalmente devido à queda nos preços das passagens aéreas (-11,50%), trens (-4,80%), metrô (-4,63%) e ônibus urbanos (-3,51%).
Impacto nas políticas econômicas
Esses resultados são importantes para a definição da política monetária do Banco Central, que busca controlar a inflação com ajustes na taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano. O crédito mais caro desacelera o consumo, ajudando a conter a inflação. No entanto, o Banco Central ainda não sinalizou novos ajustes na taxa de juros para os próximos meses, aguardando os próximos resultados de inflação.
