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Enchentes causam 3 vezes mais danos que em 2023, com 78 mortes e mais de 800 mil afetados
O Rio Grande do Sul vive um momento de profunda tristeza e desafio. As fortes chuvas que assolam o estado desde o final de abril, deixaram mais de 800 mil pessoas afetadas e atingiram 341 municípios, número 3 vezes maior do que as enchentes de setembro de 2023.
Relatório oficial revela a extensão da tragédia
O governo do Rio Grande do Sul divulgou neste domingo (5/5) um relatório oficial detalhando os danos causados pelas chuvas. O documento, atualizado às 18h de domingo, apresenta os seguintes números:
- Mortes confirmadas: 78
- Mortes em investigação: 4
- Desaparecidos: 105
- Pessoas em abrigos: 18.487
- Desalojados: 115.844
- Municípios afetados: 341
- Afetados: 844.673
Assistência, restabelecimento e reconstrução: as prioridades do governo
Diante da magnitude da tragédia, o governo do estado apresentou um plano de ação em três etapas: assistência, restabelecimento e reconstrução.
Na fase de assistência:
- Serão concedidos benefícios extraordinários para a população em situação de pobreza e extrema pobreza.
- Abrigos, casas de passagem e aluguel social serão disponibilizados, com alimentação e condições sanitárias adequadas.
- Haverá cofinanciamento da Assistência Social dos municípios e outros benefícios.
- O custeio em saúde incluirá atendimento psicossocial, medicamentos, oxigênio, atenção primária e vigilância.
Na fase de restabelecimento:
- Vias serão desobstruídas e acessos alternativos serão construídos.
- Serviços essenciais como água, energia e comunicação serão restabelecidos.
- Casas e estabelecimentos serão limpos.
- Escombros serão removidos e a destinação de resíduos sólidos urbanos e animais será feita de forma adequada.
- Edificações e estruturas comprometidas serão desmontadas.
Na fase de reconstrução:
- Rodovias, estradas e pontes serão reconstruídas e recuperadas.
- Edificações e equipamentos públicos afetados, como escolas, unidades de saúde, assistência social e casas prisionais, serão reconstruídos total ou parcialmente.
- Unidades habitacionais serão reformadas e construídas.
- Locais atingidos serão reurbanizados, com novos loteamentos, iluminação, saneamento e pavimentação.
- Negócios e a produção local receberão apoio, com linhas de crédito, crédito subsidiado, prorrogação de licenças, prorrogação do pagamento de tributos, medidas de emprego e renda.
- A reconstrução e o restabelecimento das unidades de produção agropecuária serão apoiados, com recuperação do solo, crédito subsidiado para insumos e sementes, entre outras medidas.
- Medidas ambientais serão implementadas para a recuperação de ecossistemas degradados.
Desafios e pedidos de ajuda ao governo federal
O governo do Rio Grande do Sul reconhece os desafios que terá para captar recursos e executar o plano de reconstrução. Entre os principais obstáculos estão:
- Negociação para pagamento da dívida com a União (R$ 3,5 bilhões).
- Teto de gastos.
- Limites de despesas.
- Burocracia para contratação de serviços.
- Falta de técnicos e pessoal.
Diante desse cenário, o governo estadual fez uma série de solicitações ao governo federal:
- Suspensão do pagamento da parcela mensal da dívida pelo período que durar a reconstrução.
- Suspensão do pagamento dos encargos financeiros da dívida.
- Autorização para a redução do fluxo financeiro necessário para o pagamento dos precatórios.
- Autorização para realizar operações de crédito para investimentos, com ampliação de prazo para contratação.
- Criação de um fundo, semelhante aos fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com recursos da União, para aplicação integral nas iniciativas a serem implementadas junto ao setor privado, em especial micro, pequenos e médios empreendedores.
Um momento de união e solidariedade
A tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul exige a união e a solidariedade de todos. O governo do estado está empenhado em salvar