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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua preocupação com as recentes declarações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sobre uma possível derrota eleitoral. Em entrevista a agências internacionais nesta segunda-feira (22.jul.2024), Lula afirmou que Maduro precisa aprender a vencer e a perder eleições e respeitar o processo democrático para o país voltar à normalidade.
“Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora”, disse Lula.
Observadores Brasileiros nas Eleições Venezuelanas
Lula anunciou que enviará o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, para acompanhar o pleito na Venezuela. Além disso, a Justiça Eleitoral brasileira também deverá enviar observadores, e o presidente brasileiro pedirá que o Legislativo também acompanhe o processo eleitoral.
“Eu já falei para o Maduro duas vezes, e o Maduro sabe, que a única chance da Venezuela voltar à normalidade é ter um processo eleitoral que seja respeitado por todo o mundo. Se o Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático”, declarou Lula. “Eu estou torcendo que aconteça isso para o bem da Venezuela, para o bem da América do Sul”.
Declarações de Maduro
Na quarta-feira (17.jul.2024), Maduro afirmou que o país pode enfrentar um “banho de sangue” e “guerra civil” caso ele perca as eleições. As declarações foram feitas durante um comício de campanha em Caracas, onde Maduro pediu aos eleitores que garantissem a “maior vitória na história eleitoral”.
“Em 28 de julho, se não querem que a Venezuela caia num banho de sangue, numa guerra civil fratricida como resultado dos fascistas, garantamos o maior sucesso, a maior vitória na história eleitoral do nosso povo”, disse o líder venezuelano.
Entrevista Não Divulgada
A entrevista de Lula a jornalistas internacionais não foi incluída na agenda oficial nem anunciada com antecedência. O Planalto informou que disponibilizará a transcrição da entrevista, mas sem áudio ou vídeo, sem justificar o motivo. Os jornalistas presentes foram:
- Simone Iglesias, Bloomberg
- Lisandra Paraguassu, Reuters
- Thomas Morfin, AFP
- Chen Weihua, Xinhua
- Maurício Savarese, Associated Press
- Eduardo Davis, EFE