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O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) revela que as Pequenas e Médias Empresas brasileiras registraram um crescimento de 23,5% em abril de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado. Esse resultado positivo foi impulsionado por diversos fatores, incluindo:
- Efeito calendário: Abril de 2024 teve 22 dias úteis, quatro a mais que abril de 2023, o que contribuiu para o aumento da atividade econômica.
- Melhoria na renda familiar: O aumento da renda das famílias brasileiras impulsionou o consumo, beneficiando os setores de comércio e serviços.
- Maior estabilidade no mercado de trabalho: A taxa de desocupação está em queda, o que aumenta a confiança do consumidor e incentiva os investimentos.
- Controle da inflação: A inflação está sob controle, o que reduz os custos das empresas e permite que elas repassam preços mais baixos aos consumidores.
- Redução da taxa Selic: A queda da taxa Selic facilita o acesso ao crédito, o que beneficia as empresas e impulsiona a economia.
Desempenho por setor
O setor industrial foi o que liderou o crescimento em abril, com um aumento de 30,3% na movimentação financeira média. Destacaram-se subsetores como a fabricação de móveis, produtos farmacêuticos, couros, artigos para viagem e calçados, além da metalurgia.
O setor comercial também apresentou boa performance, com alta de 21,9% em abril. O destaque ficou para o comércio e reparação de veículos (+25,7%), o atacado (+26,1%) e o varejo (+9,2%).
O setor de serviços manteve o ritmo positivo, crescendo 15,1% em abril. As atividades financeiras e de seguros, entregas e agências de viagem foram os principais impulsionadores desse crescimento.
O setor de infraestrutura também registrou um aumento de 17,3%, com destaque para os serviços especializados em construção e coleta, tratamento e disposição de resíduos.
Perspectivas para o segundo semestre
Apesar do bom desempenho no primeiro semestre, as perspectivas para o segundo semestre são mais cautelosas. Economistas preveem uma desaceleração do crescimento devido ao aumento modesto da renda familiar.
No entanto, a redução da taxa Selic deve continuar a impulsionar a economia, principalmente por meio da concessão de crédito. O crédito deve ser o principal motor do crescimento no segundo semestre, mesmo que o corte recente da Selic tenha sido de apenas 0,25 pontos percentuais.
Impacto no Rio Grande do Sul
As enchentes no Rio Grande do Sul causaram um impacto negativo na economia do estado, prejudicando as atividades das PMEs. O impacto negativo deve ser sentido nos próximos meses.
Sobre o IODE-PMEs
O IODE-PMEs é um indicador desenvolvido pela Omie, uma empresa de software para gestão de negócios. O índice acompanha o desempenho econômico das PMEs brasileiras com faturamento de até R$ 50 milhões anuais. A análise é baseada nas movimentações financeiras de mais de 150 mil clientes da Omie, abrangendo 678 atividades econômicas. Os dados são ajustados para eliminar o efeito da inflação, utilizando o IGP-M da FGV.
Conclusão
O desempenho das PMEs brasileiras em abril foi positivo, impulsionado por diversos fatores. No entanto, as perspectivas para o segundo semestre são mais cautelosas, com a expectativa de uma desaceleração do crescimento. O crédito deve ser o principal motor do crescimento no segundo semestre, mas o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul deve prejudicar a economia do estado.