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A tradicional Associação Portuguesa de Desportos, um ícone do futebol brasileiro, está prestes a iniciar um novo capítulo em sua história. Com um investimento de R$ 1 bilhão, um consórcio de investidores propôs transformar o clube, reestruturar suas finanças e levá-lo de volta à elite do futebol nacional.
Proposta de R$ 1 bilhão: Transformação radical
O consórcio, composto por empresas como XP Investimentos, Tauá Futebol e Revee, sugere a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para gerir a Portuguesa. Assim, a estrutura corporativa permitirá uma gestão mais eficiente e profissional. Como resultado, o clube terá mais transparência e foco na recuperação financeira e no fortalecimento do time. Os investidores adquirirão 80% da SAF, assumindo o controle das operações esportivas e financeiras.
Reestruturação financeira: Redução das dívidas
Atualmente, a Portuguesa enfrenta uma dívida de aproximadamente R$ 450 milhões. Para resolver essa situação, os investidores planejam uma recuperação judicial, que pode reduzir essa dívida para cerca de R$ 250 milhões. Esse processo, portanto, será concluído em até um ano. Durante esse período, os investidores serão responsáveis pela quitação da dívida renegociada, com auditorias financeiras constantes.
Modernização do Canindé: Uma nova arena
A proposta de modernização do Estádio do Canindé é um dos pilares do projeto. O objetivo é transformar o estádio em uma arena multiuso, que não apenas abrigará jogos de futebol, mas também eventos culturais e corporativos. Inspirado por estádios modernos como o Allianz Parque, o novo Canindé oferecerá uma experiência aprimorada aos torcedores, com melhorias de acessibilidade e novos espaços comerciais.
Além disso, a localização estratégica do Canindé, próxima à Marginal Tietê, faz dele um atrativo para grandes eventos. Isso, sem dúvida, contribuirá para a sustentabilidade financeira da Portuguesa, gerando novas fontes de receita.
Investimentos no futebol: Metas até 2029
Em termos de futebol, o projeto prevê um investimento de R$ 250 milhões até 2029. Inicialmente, serão alocados R$ 30 milhões para 2025, com o objetivo de montar um elenco forte. O foco é promover o time à Série B em um ou dois anos, com o objetivo final de alcançar a Série A até 2029. A Tauá Futebol, responsável pela gestão esportiva, atuará em todas as áreas, incluindo contratações, treinamento e desenvolvimento do elenco.
Reações da torcida: Esperança e ceticismo
A proposta de R$ 1 bilhão tem gerado entusiasmo entre os torcedores, que veem isso como uma chance de ouro para o clube retornar aos seus tempos de glória. No entanto, também existe um certo ceticismo, especialmente entre os torcedores mais antigos, que temem pela preservação da identidade e história do clube. A entrada de investidores e a mudança na gestão geram dúvidas sobre o impacto no vínculo entre a Portuguesa e sua comunidade.
Próximos passos: Aprovação e desafios legais
Atualmente, o Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) já deu um parecer favorável à proposta. A próxima etapa será a elaboração de um contrato detalhado, que passará por uma revisão feita por uma assessoria jurídica externa. Após essa revisão, a proposta será submetida à Assembleia Geral de Sócios para aprovação final.
O impacto das SAFs no futebol brasileiro
A transformação de clubes em SAFs tem se tornado uma tendência crescente no futebol brasileiro. Caso a proposta seja bem-sucedida, a Portuguesa poderá servir de exemplo para outros clubes que enfrentam dívidas, mostrando como é possível se reinventar e voltar a ser competitivo. Assim, a aprovação dessa proposta poderá abrir um novo caminho para a gestão dos clubes no Brasil.