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Após uma reunião no Rio de Janeiro envolvendo as principais autoridades do setor elétrico, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou o retorno do horário de verão. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a decisão final será tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em até 10 dias. No entanto, Silveira expressou dúvidas, afirmando que não está “100% convencido” de que a medida seja a única ou a melhor solução.
Planejamento Energético e Análise Técnica
Silveira enfatizou que qualquer decisão será baseada em critérios técnicos, não dogmáticos, ressaltando a importância da segurança de suprimento e tarifas acessíveis para a população. O relatório do ONS recomendou o retorno do horário de verão como uma medida prudente e viável, considerando as projeções energéticas para os anos de 2025 e 2026.
O ministro também mencionou um estudo do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que revelou que o índice pluviométrico no Brasil é o menor dos últimos 74 anos. Apesar disso, Silveira garantiu que “não há risco de crise energética”, e que o governo tomará as medidas necessárias para manter a segurança energética.
Impacto Econômico e Divergências Setoriais
O impacto econômico do horário de verão é um ponto de debate, com divergências entre os setores de serviços e indústria quanto à sua eficácia. A adoção dessa medida pode aliviar o consumo de energia, principalmente no pico de demanda entre 18h e 20h, mas a escassez hídrica e o crescimento da demanda indicam que novas soluções podem ser necessárias.
Matriz Energética e Planejamento Futuro
O ministro também destacou a importância da democratização do acesso às diferentes matrizes energéticas, atualmente restrita às grandes indústrias. Ele reforçou a dependência do Brasil nas hidrelétricas e as limitações das fontes de energia intermitentes, que não garantem a estabilidade necessária para todo o sistema elétrico.
A decisão final sobre o retorno do horário de verão, ainda que recomendada pelo ONS, dependerá de uma avaliação cuidadosa do governo, levando em consideração a sustentabilidade do sistema energético e o impacto econômico geral.