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Passados 18 meses do 3º mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o desempenho dos indicadores econômicos foi misto – alguns mais promissores que outros. O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 2,9% no 1º ano, surpreendendo as projeções iniciais de 0,7%. No entanto, as contas públicas estão deficitárias em mais de R$ 260 bilhões, registrando os piores números desde a pandemia de covid-19.
Lula não demonstra compromisso em cortar gastos, o que aumenta o déficit, apesar da crescente arrecadação. Esse temor com a política fiscal valorizou o dólar, que atingiu a maior cotação deste governo, vendido a R$ 5,59, acumulando alta de 5,9% desde o início do mandato, quando estava cotado a R$ 5,28.
Dois fatores preocuparam o mercado financeiro: o risco fiscal, com a equipe econômica sinalizando a necessidade de reduzir despesas, e a sucessão do Banco Central. Lula critica o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e há preocupação de que um sucessor mais flexível com a inflação alta seja indicado para 2025.
A Selic, que era de 13,75% ao ano quando Lula assumiu, caiu para 10,50% em junho, com o Copom (Comitê de Política Monetária) cortando a taxa básica 7 vezes. O ciclo de cortes terminou em junho devido ao aperto monetário global e incertezas fiscais.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 3,93% no acumulado de 12 meses até maio, acima da meta de 3%, mas abaixo do teto de 4,5%. As projeções de inflação para 2024 subiram de 3,69% para 3,98%.
O déficit primário do governo federal atingiu R$ 268,4 bilhões no acumulado de 12 meses até maio de 2024, o 3º pior da série histórica. A balança comercial acumulou um saldo positivo de US$ 8,53 bilhões em maio de 2024, e as reservas internacionais aumentaram US$ 32,7 bilhões, totalizando US$ 357,4 bilhões. O risco-país registrou 167 pontos, uma queda de 83 pontos desde o início do governo.
O governo busca equilibrar as contas públicas, mas enfrenta críticas por poucas medidas de redução de despesas. As reservas cambiais, usadas em tempos de crise, cresceram desde o início do governo, indicando um aumento na capacidade de resposta econômica.