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A fabricante sueca de aeronaves Saab informou que foi intimada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos a fornecer informações sobre a venda de 36 caças Gripen ao Brasil, em um contrato de US$ 5,4 bilhões assinado em 2014. A transação, que já foi alvo de investigações de corrupção no Brasil, está sob novo escrutínio por parte das autoridades norte-americanas.
Em resposta à solicitação, a Saab North America afirmou que pretende cooperar plenamente com o Departamento de Justiça dos EUA. A empresa destacou que, anteriormente, tanto as autoridades brasileiras quanto as suecas conduziram investigações sobre o processo de concorrência e que essas apurações foram encerradas sem encontrar irregularidades por parte da Saab.
Contexto da Venda
O contrato firmado entre a Saab e o Brasil foi resultado de uma licitação internacional, na qual o caça Gripen foi escolhido pela Força Aérea Brasileira (FAB) para substituir sua frota, em detrimento de modelos concorrentes como o F-18 Super Hornet, da Boeing, e o Rafale, da francesa Dassault Aviation.
As primeiras aeronaves Gripen já foram entregues ao Brasil, e o restante da encomenda deverá ser completado até 2027. O contrato também prevê que parte dos caças seja produzida no Brasil, garantindo transferência de tecnologia e fomentando a indústria local.
Investigação de 2016 e Impacto no Mercado
Em 2016, procuradores brasileiros acusaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de usar sua influência política para favorecer a Saab na licitação. Lula, que atualmente é presidente em exercício, sempre negou as acusações, classificando-as como perseguição política. O caso, entretanto, foi encerrado sem condenações.
A notícia da nova investigação nos Estados Unidos impactou o mercado financeiro, levando a uma queda de 6,38% nas ações da Saab por volta das 13h30 (horário de Brasília) desta quinta-feira.