- Tempo de leitura:2min
Fábio Araújo, coordenador do Drex no Banco Central do Brasil, afirmou que o Bitcoin e outras criptomoedas descentralizadas oferecem uma alternativa viável à população caso o Drex, a nova moeda digital brasileira (CBDC), não atenda às expectativas.
Em uma entrevista ao podcast Block Insider, Fábio Araújo, responsável pelo desenvolvimento do Drex no Banco Central, abordou o papel das criptomoedas no cenário financeiro atual, em especial o Bitcoin, que, segundo ele, serve como um importante “benchmark” (referência) para o desenvolvimento de inovações financeiras reguladas, como o Drex.
Araújo ressaltou que o Bitcoin já desempenha uma função essencial como alternativa financeira para a população. Ele reconheceu que, se o Drex não for capaz de suprir as necessidades dos usuários, eles podem recorrer a criptomoedas descentralizadas, como o Bitcoin. “Eu acho que é impossível que alguém consiga proibir o uso do Bitcoin. Se o governo, o Banco Central, ou quem quer que seja, oferecer um serviço que não atenda às necessidades da população, a população vai usar outra coisa”, disse o coordenador.
Competição Saudável com o Drex
O coordenador do Drex também pontuou que a presença de alternativas descentralizadas como o Bitcoin promove uma competição saudável, forçando o Banco Central a desenvolver soluções que realmente atendam às demandas da população. Ele destacou que essas opções são fundamentais para manter as instituições financeiras alinhadas com as necessidades do público, pois funcionam como um “freio” à concentração de poder.
“É muito bom que essas alternativas estejam no mercado. Elas são saudáveis até para dar disciplina para a condução do sistema financeiro”, afirmou Araújo.
Além disso, ele comentou que a possibilidade de uso de criptomoedas oferece uma garantia de liberdade financeira em cenários extremos, como crises governamentais ou falhas no sistema financeiro regulado.
Privacidade e Controle no Drex
Durante a entrevista, Araújo também abordou uma das principais preocupações em relação ao Drex: a privacidade. Ele garantiu que o projeto foi desenvolvido para preservar a privacidade dos usuários, evitando que o Banco Central ou o governo tenham acesso direto aos detalhes das transações do dia a dia.
“O Banco Central não vai ficar sabendo de todas as suas transações do dia a dia”, afirmou Araújo, diferenciando o Drex das criptomoedas descentralizadas, como o Bitcoin, onde o controle é inexistente ou mínimo. Contudo, ele esclareceu que, em um ambiente regulado como o Drex, algumas medidas de auditoria e rastreamento são necessárias para garantir a conformidade com normas de prevenção à lavagem de dinheiro e combate a outros crimes financeiros.
Ao final, Araújo reafirmou que o Bitcoin e outras criptomoedas continuam sendo uma opção viável e que sua presença no mercado financeiro contribui para a evolução de serviços regulados como o Drex, garantindo que as instituições mantenham um alto nível de qualidade e responsabilidade em seus serviços financeiros.